“Pensar em não pensar pensamentos inúteis, obsoletos,
negativos e afins” esse não é um modelo de pensamento á seguir, definitivamente
não, esse modelo “não pensar pensamentos inúteis, obsoletos, negativos e afins”
é a ilustração de um obsoletismo, é retrogrado, é atrasado e falho, é como
andar para trás, veja-se que o modelo em questão, em si já é uma negação do
pensamento; mas o modelo que se deve seguir é utópico, vai muito além do modelo
até agora citado, tal modelo de pensamento quebra tantas barreiras que nunca
alguém conseguirá taxa-lo ou categoriza-lo, o ponto em que quero chegar, na verdade
pode ser um pouco abstrato á primeira vista, pois o modelo que digo ser o
correto a se seguir não admite que uma consciência, que uma mente ou
inteligência venha á pensa-lo, logo não poderia nem se quer ser categorizado, é
como se fosse algo livre, desvencilhado de quaisquer amarras ou preposições,
logo, quando estamos no plano desse “intelecto utópico” vê-se um curioso
fenômeno que é a eterna modularização do pensamento, modularização essa que bem
como em linguagem lógica de computadores, evita uma confusão das tarefas; mas
tal “modelo” requer algo mais, requer um equilíbrio do ser pensante, de modo
amplo e em todos os sentidos, apenas este que conseguir alcançar esse estado é
que quiçá poderá arriscar falar o nome desse modelo utópico do qual estou
sempre em busca, ainda assim, nunca tendo alcançado essa utopia, arriscarei
modela-lo através das palavras “arrogância àquilo que é obsoleto ou negativo,
de modo á condicionar e modelar a mente, que automaticamente passará á ignorar
e desconsiderar de maneira inconsciente o obsoleto e o negativo, fazendo com
que o indivíduo saia de uma submersão e possa então observar e pensar de modo
claro, desofuscado e livre” a fundo creio que isso pode ser – por outro ângulo –
uma literal submersão num estado que beira o animalesco – ou talvez seja o
animalesco em si –, mas o que seria do ser consciente que viesse á negar sua
natureza animal? Isso já é não pensar, é negar o princípio uno do pensamento
utópico – a bestialidade.
Aliás, escrever tal texto é obsoleto e eu nem deveria ter
pensado em escrevê-lo, isso é o que ocorre perante o primeiro modelo, o
retrogrado, mas pensar tal negação é ainda mais obsoleto, não nos esqueçamos do
agravante de que o texto já fora até escrito e está para acabar; por aí já se
vê claramente como existe essa questão do ponto neutro – equilíbrio –, no
modelo utópico nunca seria possível um equívoco, este, passaria á ser
atropelado como por um rolo compressor, esse pensar avançado estupra ideais e
deixa tudo claro, sereno, estar nele é como estar num vácuo, suprime-se o lixo –
no estado utópico não se produz lixo – e deixa-se que algo maior e límpido
aflore.