Nas relações interpessoais observa-se um grau de coeficiência entre os sujeitos que se relacionam, tal grau será auferido pelo processo de internalização do objeto contemplado, uma vez internalizado, nascerá um sentimento a cerca do objeto, sentimento que poderá ser uma aberração, que é o motivo do quebramento do patamar da razão (1º patamar); já no patamar da empatia (2º patamar) não haverá tal quebra, visto que o sujeito contemplador se pauta não apenas na razão, mas sim na profundeza do "eu", que é a essência (ou Estado Abstrato) de cada indivíduo, ou seja, aquilo que está atrelado a seu ser interiormente e externamente, sua condição como ser humano, sua situação no plano social, e todos os demais aspectos metafísicos.
No primeiro patamar, o da razão, tudo se pacifica e se torna estático, pois sob a égide da razão, aquilo que o sujeito "A" externizou para o sujeito "B", seria tão completo e eivado de um véu de racionalidade, que não restaria a "B" senão o ato de com aquilo corroborar.
Todavia o patamar da razão é frágil e pode ser quebrado facilmente, pois em algumas relações interpessoais, pode vir a nascer um sentimento racionalmente aberratório, tal sentimento consiste numa extrapolação da razão por conta de uma emoção, pois toda emoção se intensifica na medida em que o objeto contemplado lhe é equivalente, ao que pese, no ponto de equivalência perfeita, o indivíduo contemplador internaliza aquele objeto, e então, nasce um sentimento, que poderá - em circunstancia das características do objeto - ser uma aberração ou não, ou seja, a internalização poderá ser benéfica ou maléfica (racionalmente aberratória) a depender das características do objeto, logo, a depender das características do próprio sujeito observador. O sujeito observador, no processo de internalização, levará em conta todos aspectos do objeto, e no momento em que aquilo for integralmente equivalente à sua "essência" (que é o Estado Abstrato do ser que deriva do teor de suas reações para com tudo que lhe é externo), nascerá então um entendimento eivado daquilo que é da essência peculiar do sujeito, todavia, quando dentre os aspectos do objeto houver dissonâncias esdruxulas, na internalização, tais pontos farão nascer uma distorção, pois aquilo que for totalmente averso á essência do sujeito, e aquilo que for intrínseco à sua essência, deverão se harmonizar para que haja uma internalização integral do objeto, e tal fenômeno faz surgir a distorção, que é a aberração em si, pois não há como haver equivalência entre o que é averso à essência do sujeito contemplador, então, para que aquilo lhe seja internalizado, será mister a distorção, desta forma, quebra-se facilmente o patamar da razão.
No segundo patamar, os indivíduos em correlação criam como que um espelho que se perfaz nos olhos do sujeito diverso, e ambos vêem a si mesmos no outro através do espelho que é o olho; isso implica num patamar que não supera, mas que se eleva a razão (e que no subjetivo individual é mais profundo que a razão), pois aqueles que se inter-relacionam a partir de tal patamar, internalizam e externizam para além do racional, leva-se em conta, pois, todos aspectos que rodeiam ambos sujeitos, não mais observado aquilo que está no plano da razão, mas sim o que está no plano da essência de cada sujeito, nesse patamar, aquele que externiza algo para o outro, externiza como que para si mesmo, a partir daí, não há mais óbices entre os sujeitos, sejam eles de cunho moral, social, intelectual, financeiro ou de qualquer outra espécie, justamente pelo fato de estar se falando à si próprio através dos olhos do outro, pois quando se comunica com o "eu" não há espaços para "amarras" externas, e a inter-relação flui com mais naturalidade.
A destarte, pode ser que numa relação interpessoal somente um dos sujeitos esteja posicionado no segundo patamar e o outro no primeiro (razão), significando que o primeiro estará a externizar de um modo mais empático, e o segundo estará pautado apenas naquilo que é razoável, haverá uma dissonância entre eles e a relação fluirá de modo mais artificial - para ambos - pois deve-se haver correspondência entre os sujeitos para que a relação seja natural.
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