quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Da violência

I.
A violência é inerente ao homem, há uma relação intrínseca entre o homem e a violência, de modo que esta, está dentro do próprio homem.
O que mantém a violência no âmago, sem deixar que esta venha à superfície e se exteriorize é a tolerância; a partir do momento que se desfaz o laço dessa virtude, vêm a tona a violência, que é a absoluta liberdade, deve-se ter em vista que esta, de fato, e a princípio, é relativa.
O homem torna-se então absolutamente liberto, advém então a besta, a precursora da carnificina, do holocausto, do jorrar do sangue, da dor á se infligir, do anti amor e da mutilação.

II.
O estado da besta é sublime e genuíno, experimenta-se a mais pura liberdade, uma liberdade absoluta, e não mais relativa como se é de praxe, na violência extravasada não há ouvidos para suportar as mazelas das línguas amparadas pelo banal, estas línguas são cortadas pela intolerância que se encontra em alto nível, a fim de calar as bocas dos prosaicos e retrógrados.

III.
Não fosse á violência - que é a plenitude do ser em estado de liberdade - haveríamos de nos fazer surdos, mas o arcaico há de ser intolerado, a retórica dos brutalizadores não pode ser inserida nos ouvidos de terceiros á ponto de brutalizá-los também. Há aí um verdadeiro estupro do intelecto, a questão é: estuprar o brutalizador mediante a violência, que não tolera o gigantesco montante de lixo que saem de suas bocas; e isso há de ser feito logo, antes que seja tarde, ou seja, antes que a retórica arcaica estupre nossos ouvidos.




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Aprender a não existir

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