quinta-feira, 18 de junho de 2015

Trecho de "O quarto" de Sartrê

Trecho de "O quarto" de Sartrê:

O homem nada pode fazer de seu rosto sem que isso vire jogo fisionômico. Quando ele mastiga conservando a boca fechada, os cantos dos lábios sobem e descem, ele parece passar sem descanso da serenidade à surpresa chorona. Gostais disso, eu o sei, chamais a isso vigilância do espirito. Mas a mim isso me aborrece. Não sei porque; nasci assim.


Monopolizaram o sentido da vida. Espero que compreendais o que quero dizer. Há trinta três anos que me choco com portas fechadas sobre as quais se escreveu: “se não for humanista, não entre aqui”. Tive que abandonar tudo o que empreendi; precisava escolher – ou era uma tentativa absurda e condenada ou era preciso que redundasse cedo ou tarde em seu proveito.

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Aprender a não existir

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