O homem nada pode fazer de seu rosto sem que isso vire
jogo fisionômico. Quando ele mastiga conservando a boca fechada, os cantos dos
lábios sobem e descem, ele parece passar sem descanso da serenidade à surpresa
chorona. Gostais disso, eu o sei, chamais a isso vigilância do espirito. Mas a
mim isso me aborrece. Não sei porque; nasci assim.
Monopolizaram o sentido da vida. Espero que compreendais
o que quero dizer. Há trinta três anos que me choco com portas fechadas sobre
as quais se escreveu: “se não for humanista, não entre aqui”. Tive que
abandonar tudo o que empreendi; precisava escolher – ou era uma tentativa
absurda e condenada ou era preciso que redundasse cedo ou tarde em seu
proveito.
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